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terça-feira, agosto 02, 2011

O grito do desgosto!



De todas as palavras que alguma vez te poderia dizer, estas são as mais puras, as mais sinceras, as mais sentidas...
Sim, eu sei que as vais ler, eu sei que vais entender que isto é para ti... desta vez sim, é sobre ti... porque sei que me lês em todos os instantes e sei que estás aí, mesmo quando finges não estar ou arranjas manobras de distracção para fazer de conta que nem estiveste... mas eu sou um pouco mais que isso, e se houve algo que te disse, foi que nunca me deverias ter subestimado a inteligência... devias ter estado atento quando te disse: nunca, mas nunca me subestimes!
Deve ser de chover no Verão... mas hoje apetece-me dizer isto tudo e pronto!
Não vou repetir frases, não vou repetir palavras de desilusão, não vou repetir poemas de Pablo Neruda e dizer que "posso escrever os versos mais tristes esta noite", porque esses já foram escritos, esses já foram ditos... ouvidos e repetidos!
Dizem que Agosto é o mês do desgosto? Que seja... é em Agosto que vou dar início a um esvaziar da botija de água quente, sim... eu sei que tu já sabes que eu adoro botijas de água quente... mas repetir que gosto de botijas de água quente nunca é demais... porque vou amar sempre botijas de água quente e nunca vai haver uma que me desiluda tanto quanto tu o fazes...
Comprei uma o inverno passado... e nunca a cheguei a usar, porque já foi tarde, e nunca senti os pés demasiado frios para me dar ao trabalho de aquecer a água... ou talvez porque me sentisse demasiado quente, demasiado cheia de graça para precisar de botijas de água quente! Talvez a use este Verão... o louco Verão de 2011 que trouxe de tudo (até chuva), passa a correr e deveria levar na corrida pessoas más, pessoas sem entranhas, pessoas que para terem 1/3 do carácter de um homem honesto teriam de nascer de novo... mas é isto: gente sem entranhas!
No fundo, continuo a achar que a culpa é minha... sim, minha!
Por muito que eu queira controlar, é difícil não me envolver e não achar que amo demais os que julgo serem amigos... é impossível não amar demais tudo aquilo que eu acho que me vai dar um retorno igual... não consigo barrar a entrada a alguém que me mostre que não vai causar distúrbios em minha casa... mas sim, tantas vezes que me engano e tantas vezes que depois quero e não consigo expulsar de mim os demónios que me destroem as noites e que me consomem os dias...
E depois, ainda são esses demónios que me vêm falar a mim de amor!?
Com literaturas e frases feitas, com lições que não praticam, com julgamentos sobre atitudes com as quais compactuam... vai fechar a loja e aqui a miúda vai comprar tudo o que houver para poder estar em paz! Não... não me refiro ao mesmo tudo que os Daweasel falavam... refiro-me a um tudo que se resume ao meu bem estar, ao meu recolher em mim para poder encontrar tudo aquilo que preciso para poder não voltar a cometer os mesmos erros... ou melhor dizendo: o mesmo erro!
Erro esse que é um e apenas um: dar demais a quem só merece de menos...

Não vou escrever as palavras mais tristes... o Neruda já as escreveu... e mesmo as de Neruda, não chegam para traduzir o que o meu peito tem... não menosprezando Neruda, mas porque ele não é eu... e além de Deus: "não há outro que conhece tudo o que acontece em mim..."
O que me conforta é que conheço-me e sei que dá-me forte e passa depressa... sim, tu também já devias saber disso e por isso não pensares que és a última coca-cola do deserto, muito menos a última bolacha do pacote!
Conforta-me ainda saber que seja longe ou perto... em Londres, ou em Barcelona... em Lisboa ou no Algarve... na Cruz de Pau ou no Seixal... na Sobreda ou na Parede... tenho pessoas que me amam e muito e que olham por mim continuamente para não me deixar cair... isso sim, é precioso!

Deixo de lado tudo o que me perturba de momento... na esperança de que amanhã não chova e eu não esteja manhosa o dia todo, só porque me irrita saber que me preocupo demais contigo quem nem sequer mereces o meu respeito...
Sim, eu sei que nunca me chateio com nada, mas estou é magoada... o que é muito pior que estar chateada...



De alguém que eu nem conheço... o poema e de seguida a canção triste que me acompanha no luto... nem sempre que o palhaço sorri é porque está feliz, mas atenção: comprem os vossos bilhetes, porque o circo vai fechar!
Boa viagem... e as melhoras!
Rutthe Lopes


Tristeza, de Alfred de Musset, tradução de Guilherme de Almeida:

"Eu perdi minha vida e o alento,
E os amigos, e a intrepidez,
E até mesmo aquela altivez
Que me fez crer no meu talento.

Vi na Verdade, certa vez,
A amiga do meu pensamento;
Mas, ao senti-la, num momento
O seu encanto se desfez.

Entretanto, ela é eterna, e aqueles
Que a desprezaram - pobres deles! -
Ignoraram tudo talvez.

Por ela Deus se manifesta.
O único bem que ainda me resta
É ter chorado uma ou outra vez."


1 comentário:

o meu nome nao é maria disse...

Tudo na vida não passa disso amiga :X infelizmente* Digo-te que a borracha de agua quente vai ser uma mais valia ^^
Muita luz minha querida e muita força :)