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sexta-feira, junho 18, 2010

Saramago...!



"Faleceu José Saramago!" Estava a dormir, a tentar descansar da noite de madrugadas e ouço o Bento Rodrigues, jornalista da Sic dizer: "Morreu José Saramago aos 87 anos, em Lanzarote"... Primeiro pensamento: Paz à sua alma!
Dei voltas e voltas na cama, voltei-me para o outro lado para dormir novamente e pensei: tenho de ir escrever. Durante uma vida inteira, minha e dele, este deve ser o único sentimento que partilhamos: aquela vontade imensa de falar pelas palavras, de exprimir o que sentimos escrevendo e só escrevendo nos sentindo compreendidos.
Na realidade?? Respeito a obra e a memória do senhor, mas se nunca apreciei a sua escrita, a sua forma de ver o mundo, a forma de olhar Portugal, nunca sequer apreciei determinadas opiniões fundamentadas em si próprio e na sua opinião, sem respeitar o que os outros podem achar... porque o vou fazer agora?
No entanto, não deixo de respeitar a obra e memória do caro escritor...
Lá vem o ridículo do sentimento humano agir daquela forma completamente non-sense, em que num dia somos "uma besta, o pior do mundo"... no dia seguinte morremos e passamos para "coitadinho, era tão bom rapaz, tão humano... não fazia mal a ninguém..."
E não comento, porque é uma tendência humana... mas eu não o vou fazer agora! Não hoje, não com Saramago!
Porque não vou ser hipócrita comigo mesma! E porque o próprio, também não ia gostar que assim fosse...
No entanto, não deixo de respeitar a obra e memória do caro escritor...
Tenho realmente pena que Portugal o aceite como português, apenas após a sua morte...
Vou ter mais ainda, se a família decidir sepultá-lo em Portugal, país onde nasceu, mas que há muito não parecia reconhecer como dele. É uma decisão que cabe aos mesmos e... só a eles, mas... respeitando mais uma vez, e sempre, a obra e memória do caro escritor, espero que a sua vontade prevaleça, pelo menos esta vez...
Paz à sua alma... e confesso: gostava de saber o seu diálogo com Deus, neste momento, depois de tudo o que foi escrito por ele... afinal, como seria?
Adorava saber... =)
Para não parecer tão igual a ele na rigidez das palavras, prometo que um dia leio as suas obras até ao fim... prometo!


"a partir da meia-noite de hoje se voltará a morrer tal como sucedia, sem protestos notórios (...) ofereci uma pequena amostra do que para eles seria viver para sempre (...) a partir de agora toda a gente passará a ser prevenida por igual e terá um prazo de uma semana para pôr em dia o que ainda lhe resta na vida".

As Intermitências da Morte, José Saramago (1922-2010)

quinta-feira, junho 17, 2010

La Vie en Rose...



Ainda existe esta forma de poder apreciar a vida... em cor de Rosa!
Sem querermos viver numa constante ilusão, é preciso é meter os pés no chão, encarar as coisas como são, e acreditar que podemos manter essa sensação de "rosidade"...
Sabe bem... só temos de ser realistas o suficiente para entender que nem em todas as esquinas e becos haverá rosas para rosar a nossa vida... nem todas servem, nem todas cabem nos vasos de barro que possuímos dentro do peito, nem todas ficam bem na decoração da nossa casa. Faz parte do nosso discernimento, entender quando encontramos a rosa certa, aprender a tratar dela. Seja uma rosa brava e com espinhos... seja a mais mansa e ternurenta...
- Pés no chão... e sentido de oportunidade! - é o desejo desta semana... (talvez se me ouvissem a dizer isto, até Portugal pudesse marcar uns golos no mundial!)


"Hold me close and hold me fast
The magic spell you cast
This is la vie en rose
When you kiss me, Heaven sighs
And though I close my eyes
I see la vie en rose
When you press me to your heart
I'm in a world apart
A world where roses bloom
And when you speak
Angels sing from above
Every day words
Seem to turn into love songs
Give your heart and soul to me
And life will always be
La vie en rose
I thought that love was just a word
They sang about in songs I heard
It took your kisses to reveal
That I was wrong, and love is real
Hold me close and hold me fast
The magic spell you cast
This is la vie en rose
When you kiss me, Heaven sighs
And though I close my eyes
I see la vie en rose
When you press me to your heart
I'm in a world apart
A world where roses bloom
And when you speak
Angels sing from above
Every day words
Seem to turn into love songs
Give your heart and soul to me
And life will always be
La vie en rose"


quarta-feira, junho 02, 2010

Quis saber quem sou...



Ando realmente a querer saber quem sou, o que faço aqui, quem me abandonou, e de quem me esqueci...
Ando a fazer coisas que nunca tinha pensado, decisões que já deveria ter tomado há tanto tempo... no entanto, continuo sem saber muita coisa. Porque continuo simultaneamente a fazer o que não quero, estar com quem não me apetece, porque sim... porque deve ser reciproco...
Como dizia alguém: reciproco uma pinóia! Porque na altura de te devolver só recebes o sentimento de quem esta muito ocupado a pensar na felicidade momentânea que vive agora, e a reciprocidade que esperas, essa só voltará quando o momento terminar, quando a ilusão de que não precisamos dos outros terminar... e aí sim, voltarás a ser bestial!
Talvez seja mesmo isto... e tenho de aprender que tal como a selecção nacional, (palavras do Scolari há uns anos) eu própria posso acordar num dia e passar de bestial a besta... e se isso vai interessar? Talvez...
O que sei é que cada vez interessa menos...! Depois dos objetivos de 2010, em que muita gente me acusou de estar a ser demasiado radical, tenho a dizer que talvez devesse ser ainda mais radical... porque ainda não chega, porque não deixo de ser pisada e de me sentir saturada... nenhum copo enche enternamente sem jorrar e sem transbordar para fora. O meu enche e "quando não cabe no peito, transborda pelos olhos"... e chorei...! Chorei porque odeio não conseguir suportar a mesma dor duas vezes causada pelas mesmas pessoas. Não vou esperar que aconteça uma terceira vez...
"Fine della barzelletta!"

Deixo-vos com o Paulo... e mais um tema fantástico que faz parte da minha vida e neste momento mais que nunca... que possamos todos responder a estas questões ao longo da nossa vida, para um dia podermos dizer que sim... conseguimos chegar lá porque aproveitámos as pedras que nos atiravam e fizemos dela a muralha que nos protegeu... frase cliché, mas gosto!

"Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.
Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder.
Tu viste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci.
E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor
Que aprendi.
De novo vieste em flor
Te desfolhei...
E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós..."