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terça-feira, novembro 06, 2012

Imaginem...


Imaginem... imaginem que seria fabuloso se tudo aquilo que desejássemos se tornasse realidade... imaginem...
Pois é, eu imagino... porque tenho fé, imagino... porque acredito numa felicidade que foi feita para mim, imagino! E não vou deixar que ninguém mal intencionado, uma doença maldita, um trabalho frustrante ou uma nuvem cinzenta estraguem os planos Daquele que construiu a história da minha... nem a falta de sol, quanto mais um desGoverno de gente idiota (escolhida por todos) para poderem decidir a nossa vida!
Um homem com um currículo jornalístico invejável teve a audácia de imaginar uma série de coisas, de imaginar como seria tudo muito melhor se cada um fizesse a sua parte nesta luta para que a economia do país se restabeleça...
Diz o Mário Crespo e eu concordo... ora imaginem:


"Imaginem que todos os gestores públicos das setenta e sete empresas do Estado decidiam voluntariamente baixar os seus vencimentos e prémios em dez por cento. Imaginem que decidiam fazer isso independentemente dos resultados.

Se os resultados fossem bons as reduções contribuíam para a produtividade. Se fossem maus ajudavam em muito na recuperação.

Imaginem que os gestores públicos optavam por carros dez por cento mais baratos e que reduziam as suas dotações de combustível em dez por cento.

Imaginem que as suas despesas de representação diminuíam dez por cento também. Que retiravam dez por cento ao que debitam regularmente nos cartões de crédito das empresas.

Imaginem ainda que os carros pagos pelo Estado para funções do Estado tinham ESTADO escrito na porta.

Imaginem que só eram usados em funções do Estado.

Imaginem que dispensavam dez por cento dos assessores e consultores e passavam a utilizar a prata da casa para o serviço público.

Imaginem que gastavam dez por cento menos em pacotes de rescisão para quem trabalha e não se quer reformar.

Imaginem que os gestores públicos do passado, que são os pensionistas milionários do presente, se inspiravam nisto e aceitavam uma redução de dez por cento nas suas pensões. Em todas as suas pensões. Eles acumulam várias. Não era nada de muito dramático. Ainda ficavam, todos, muito acima dos mil contos por mês.

Imaginem que o faziam, por ética ou por vergonha.

Imaginem que o faziam por consciência.

Imaginem o efeito que isto teria no défice das contas públicas.

Imaginem os postos de trabalho que se mantinham e os que se criavam. Imaginem os lugares a aumentar nas faculdades, nas escolas, nas creches e nos lares.

Imaginem este dinheiro a ser usado em tribunais para reduzir dez por cento o tempo de espera por uma sentença. Ou no posto de saúde para esperarmos menos dez por cento do tempo por uma consulta ou por uma operação às cataratas.

Imaginem remédios dez por cento mais baratos.

Imaginem dentistas incluídos no serviço nacional de saúde.

Imaginem a segurança que os municípios podiam comprar com esses dinheiros.

Imaginem uma Polícia dez por cento mais bem paga, dez por cento mais bem equipada e mais motivada.

Imaginem as pensões que se podiam actualizar.

Imaginem todo esse dinheiro bem gerido. Imaginem IRC, IRS e IVA a descerem dez por cento também e a economia a soltar-se à velocidade de mais dez por cento em fábricas, lojas, ateliers, teatros, cinemas, estúdios, cafés, restaurantes e jardins.

Imaginem que o inédito acto de gestão de Fernando Pinto, da TAP, de baixar dez por cento as remunerações do seu Conselho de Administração nesta altura de crise na TAP, no país e no Mundo é seguido pelas outras setenta e sete empresas públicas em Portugal.

Imaginem que a histórica decisão de Fernando Pinto de reduzir em dez por cento os prémios de gestão, independentemente dos resultados serem bons ou maus, é seguida pelas outras empresas públicas.

Imaginem que é seguida por aquelas que distribuem prémios quando dão prejuízo.

Imaginem que país podia ser se o fizéssemos.

Imaginem que país será se não o fizermos..."

Mário Crespo, pivô do Jornal das 9, e apresentador de 60 Minutos, todos eles transmitidos no canal de televisão SIC Notícias.

Momento musical de hoje, o meu Ben com o tema "Lifeline" que fala simplesmente da vida... fala no facto da vida ser tão curta para ficarmos à espera que as coisas mudem por si só... fala do facto de sermos demasiado egoístas para percebermos que entendemos mal tudo aquilo que os outros disseram e fizeram... fala do facto de sermos muito orgulhosos para assumir que errámos com aqueles que sempre nos procuraram e sempre nos quiseram bem... a vida serve para entender e entender e principalmente aceitar! E eu aceito que não possa ser sempre recíproco aquilo que dei... aceito que não possa ser sempre verdade que as amizades duram para sempre... aceito que em alturas difíceis os que outrora juraram estar presente se afastaram cinicamente fazendo de conta que o mundo é enorme demais para nos voltarmos a encontrar... mas não é... e easy come, easy go... até que a bola dê a volta, eu vou-me sentar e esperar para ver! =)


Dizem os brasileiros que é melhor levar uma surra de sinceridade do que um abraço da falsidade, e eu concordo... tenho pena que nem toda a gente pense da mesma maneira... eu não consigo ser diferente... lamento...

Convosco, Sir Ben Harper:




"Life is much too short to sit and wonder
Who's gonna make the next move
and will slowly pull you under
when you've always got something to prove?

I don't want to wait a lifetime
Yours or mine, yours or mine
Can't you see me reaching for the lifeline?

You say that I misheard you but I think you misspoke
I hear you laugh so loudly while I patiently await the joke

I don't want to wait a lifetime
Yours or mine, yours or mine
Can't you see me reaching for the lifeline?
The lifeline, the lifeline

It's a crime with only victims
We're all laid out in a row
It's hardest to listen to what we already should know

I could hold out for a lifetime
Yours or mine, yours or mine
Can't you see me reaching for your lifeline?
The lifeline, your lifeline, the lifeline"


quarta-feira, outubro 31, 2012

Medo...!


Não me lembro se alguma vez escrevi sobre isto... não faço ideia... não me lembro, não me apetece pesquisar, estou demasiado cansada...
Tenho medo! E pronto, disse: eu tenho medo, sou uma sissy, uma verdadeira mariquinhas pé de salsa... não estou a falar do medo do orçamento de estado ser aprovado... não estou a falar do medo de me perder sozinha numa rua escura... não estou a falar do medo de me assustar com as máscaras de halloween... estou a falar do medo de perceber que na história da minha vida ainda não me é permitido ter tudo pelo menos não simultâneamente... para ter uma coisa, preciso perder outras... "Em minha cabeça doente não cabe um sonho, assim como no céu não cabe uma estrela" ...
Razões pra dizer: shit happens! Valhão-me os amores... :P
Deixo-vos com Neruda... ele hoje explica-me melhor que eu própria... enquanto isso, vou caçar umas bruxas... muahahahaha!
Momento musical de hoje é um tema bem alegre da Vanessa... aquela da Mata... =))


Tenho medo: de Pablo Neruda

"Tenho medo. A tarde é cinza e a tristeza
do céu se abre como uma boca de morto.
Tem meu coração um pranto de princesa
esquecida no fundo de um palácio deserto.

Tenho medo – e me sinto tão cansado e pequeno
que refloresço a tarde sem meditar nela.
(Em minha cabeça doente não cabe um sonho
assim como no céu não cabe uma estrela.)

Entretanto em meus olhos uma pergunta existe
e há um grito em minha boca que minha boca não grita.
Não há ouvido na terra que ouça minha queixa triste
abandonada no meio da terra infinita!

Morre o universo de uma calma agonia
sem a festa do Sol ou o crepúsculo verde.
Agoniza Saturno como uma pena minha,
a Terra é uma fruta negra que o céu morde.

E pela vastidão do vazio se vão cegas
as nuvens da tarde, como barcas perdidas
que escondem estrelas quebradas em suas bodegas.

E a morte do mundo cai sobre minha vida."




Não me deixe só - Vanessa da Mata

Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz (2x)

Não me deixe só
Tenho desejos maiores
Eu quero beijos intermináveis
Até que os olhos mudem de cor

Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz

Não me deixe só
Que o meu destino é raro
Eu não preciso que seja caro
Quero gosto sincero do amor

Fique mais, que eu gostei de ter você
Não vou mais querer ninguém
Agora que sei quem me faz bem

Não me deixe só
Que eu saio na capoeira
Sou perigosa, sou macumbeira
Eu sou de paz, eu sou de bem mais

Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz (2x)

Ah ah.ah ah ah ah ah aah
Ah ah.ah ah ah ah ah aah
Ah ah.ah ah ah ah ah aah

Fique mais, que eu gostei de ter você
Não vou mais querer ninguém
Agora que sei quem me faz bem

Não me deixe só
Que eu saio na capoeira
Sou perigosa, sou macumbeira
Eu sou de paz, eu sou de bem mais

Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz

Ah ah.ah ah ah ah ah aah
Ah ah.ah ah ah ah ah aah
Ah ah.ah ah ah ah ah aah

terça-feira, outubro 16, 2012

Para que serve uma relação??

Dizem que vêm aí tempos difíceis... dizem que é da crise... dizem uma série de coisas que parecem ser boatos... diz o povo que quando se repete um boato muitas vezes, ele torna-se verdade e dizem que os boatos tornaram-se verdade... diz que é culpa do governo!
Assim como assim, eu também acho!

Mas pior... acho que a culpa é de cada uma das pessoas que votaram neles para que tivessem poder para decidir o que fazer com o dinheiro que eu ganho com o meu trabalho! Muito pior: a culpa é de quem não votou neles e não votou em ninguém e foi para a praia ou aproveitar o dia para as compras... Então eles andam a gerir o meu dinheiro como querem... o que tenho e o que não tenho! Poderia até pensar em gastar esse dinheiro num Renault Clio, mas parece que isso não é fixe! Bom seria andar de lamborghini e audio... mas não tenho dinheiro pra isso, tenho sido assaltada todos os meses e no outro dia perdi 40 euros...
Acho que tudo se teria resolvido se as pessoas que puseram estes senhores do governo no mundo, (vulgo uma pai e uma mãe), os tivessem educado! Tenho sérias dúvidas de que algum deles tenha tido uma educação baseada no respeito, no amor, no carácter, na procura do bem do outro, num modo altruísta de ser/estar em sociedade! Duvido que eles tenham sido educados e pronto!
Acho que tudo se reflecte no modo como estas pessoas sempre viveram, como sempre foram ensinadas, na forma como lhes foi explicado que o mundo funciona... na minha opinião, tudo se centra na forma como estas pessoas vêem o mundo, na forma como se vêem a si próprias e na forma como vêem os outros... e não falo em olhar, falo em ver! E em ver, quero dizer ver e perceber o íntimo de cada pessoa! Perceber com quem lidamos, identificar a pessoa, saber com quem estamos, com quem falamos, conhecer os desejos, sonhos e ambições do outro... e a isto eu chamo relacionamento! Seja com colegas de trabalho, seja com o marido, com a namorada, com os pais, com os filhos, com os irmãos, com os amigos, todos temos uma necessidade de nos relacionarmos, porque como diz Jon Bon Jovi no tema "Santa Fé": no man is an island ...
Dizia no outro dia em conversa que só aceitamos as qualidades e principalmente os defeitos dos outros quando os amamos... se amo, aceito os defeitos do outro e assumo automaticamente que o outro também vai aceitar os meus defeitos, simplesmente porque me ama... e assim seria tão fácil de resolver os problemas de divórcios, de amigos que se zangam e nunca mais se falam, de pais e filhos que não suportam as pessoas que se tornaram e afastam-se, de irmãos que vivem de costas voltadas por razões de ego, enfim... se todos soubéssemos aceitar os outros como eles são, seria fácil, mas isso também seria dizer que a Humanidade atingiu a perfeição - concordo que há situações bem mais fáceis de resolver do que outras...!
Tenho tido alguns dissabores destes, tenho tido outras alegrias... tenho reencontrado velhos amigos, tenho criado laços com pessoas completamente diferentes, tenho vivido momentos muito intensos, muito bons, muito maus e como não sou perfeita nem sempre sei gerir todas as situações, algumas resolvem-se, outras nem por isso...
Hoje aprendi que «se algumas pessoas se afastarem de você, não fique triste, isso é resposta da oração: “livrai-me de todo mal, amén”» (Caio Fernando Abreu) e isso consolou-me... =)
Seja musicalmente, na família, na saúde, no trabalho, com os amigos... em todos os sentidos a minha vida tem andado um turbilhão! Rapidamente vai do 8 ou 80! Rapidamente ou corre tudo muito bem, no segundo depois está tudo mal... estou rodeada de uma família enorme e no dia seguinte sei que eles existem mas a distância que nos separa, também queima... em segundos sou a pessoa mais saudável do mundo e com um clique já não sou e tenho muita a mudar... isto de ter muita coisa pra fazer, de ter muita gente com que nos relacionarmos desgasta, mas do outro lado está o retorno de nos sentirmos amados, de sentirmos que ainda há muita gente que nos quer bem, de sabermos que no fim de tudo as pessoas importantes nos vão segurar a mão e nos vão dizer que a nossa vida valeu a pena, no final tudo fará sentido porque fomos acima de tudo felizes!

Bom... lamechices à parte, já estava a encaminhar o post para onde não queria, e vamos lá ter coragem, e muita fé "because everything's gonna be alright"!
Este post vai especialmente para todos os que me têm acompanhado no ultimo mês... todos os que me têm dado a mão, todos os que se têm preocupado... alguns deles não terão sequer oportunidade de ler este post, mas o meu muito obrigada!
Há coisas que não me esqueço... nunca!

Falando em relacionamentos, encontrei um texto muito curioso de Drauzio Varella. Drauzio Varella é um médico oncologista, cientista e escritor brasileiro que além de conhecido por popularizar medicina através dos canais de comunicação social, tem dedicado grande parte da sua carreira a fazer pesquisa e depois a informar a população sobre as doenças do século: cancro e sida. Mais uma pessoa que deveria receber prémios por dar a sua vida em prol da descoberta de melhorias de vida, quiçá uma cura para quem tanto sofre... Ele que tão bem conhece relacionamentos, que vive certamente grande parte do dia a relacionar-se com tanta gente, escreveu sobre relações! Mais: escreveu sobre o porquê de termos uma relação... confesso que gostei muito! Ora vejam:


Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com outra pessoa, à vontade para concordar com ela e discordar dela, para ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar, pregado.
......Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de mãos dadas, para ter alguém que instale o som novo enquanto você prepara uma omelete, para ter alguém com quem viajar para um país distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio sem que nenhum dos dois se incomode com isso.
......Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir, e, quase sempre, estimular você a ser do jeito que é, de cara lavada e bonita a seu modo.
......Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas suas inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem demais, mesmo em casa, principalmente em casa.
......Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia, e cobrirem corpo um do outro quando o cobertor cair.
......Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro ao médico, para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho e para o outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo, cientes de que o mundo não se resume aos dois.

Drauzio Varella é médico cancerologista, formado pela USP. Nasceu em São Paulo, em 1943.


E depois de vos deixar cansados com o tanto que escrevi hoje, deixo-vos com a oração do escuta, foi escrita por Santo Inácio de Loyola, patrono do clã do meu agrupamento de escuteiros! =) O momento musical vai para os Toranja com Tiago Bettencourt, que tanto escreve sobre relações... desta feita, aqui vai:

Senhor Jesus
Ensinai-me a ser generoso,
A servir-Vos como Vós o mereceis,
A dar-me sem medida,
A combater sem cuidar das feridas,
A trabalhar sem procurar descanso,
A gastar-me sem esperar outra recompensa,
Senão saber que faço a Vossa vontade santa,

Ámen




Laços - Toranja

Andamos em voltas rectas
Na mesma esfera
Onde ao menos nos vemos
Porque o fumo passou

A chuva no chão revela
Os olhos por trás
Há que levar o restolho
Do que o tempo queimou

Tens fios de mais
A prender-te as cordas
Mas podes vir amanhã
Acreditar no mesmo deus

Tens riscos de mais
A estragar-me o quadro.
Se queres vir amanhã
Acreditar no mesmo deus

Devolve-me os laços, meu amor!
Devolve-me os laços, meu amor!
Devolve-me os laços, meu amor!
Devolve-me os laços...

Andamos em voltas rectas
Na mesma esfera
Mas podes vir amanhã
Se queres vir amanhã
Podes vir amanhã

Tens riscos de mais
A estragar-me a pedra
Mas se vieres sem corpo
À procura de luz

Devolve-me os laços, meu amor!
Devolve-me os laços, meu amor!
Devolve-me os laços, meu amor!
Devolve-me os laços...

Devolve-me os laços, meu amor!
Devolve-me os laços, meu amor!
Devolve-me os laços, meu amor!
Devolve-me os laços, meu amor!
meu amor... meu amor... meu amor...